domingo, 7 de junho de 2009

Pegação Viva

Amigos, cervejas, descontração e discrição não pareciam ser suficientes para deixar de exacerbar os intentos. Ontem pude avaliar, com perícia, em uma mesa redonda – que era quadrada –, um exemplo clássico de flerte. Momento sublime e banal. Foi exatamente a prática do que escrevi ontem, muita coincidência. Segue o laudo técnico:

Primeiro momento: o encontro. Presa e predador se encontram, num habitat razoável. A troca de olhares já denota o interesse, um abraço que projeta a pélvis e o beijinho na trave. Atos fálicos suaves e um leve distanciamento, para deixar as coisas ficarem e não sufocar, deixar que a presa fique ao alcance por livre e expontânea vontade. Merece um 10, desempenho clássico.

Segundo momento: a conversa. Numa sutil abordagem, acontece a comunicação direta e interessada. Traz-se o foco todo pra ti e é quando começa o serviço, de fato. Inúmeras táticas de persuasão. Cada um usa o que tem. A presa quer ser fisgada e procura motivos pra isso. Então, cria-se um vínculo de admiração, o predador, ali, quer mostrar sua importância, ou seja, ninguém melhor que ele para aquisitá-la. Assim como a propaganda da cerveja redonda, não foi ridículo, ele estava apenas paquerando. Pela forçação de barra e artifícios pouco cativante e muito ostentadores, a nota caiu para 8,5.

Terceiro momento: processo de finalização. Agora que acontece o mais interessante – ou, pelo menos, deveria acontecer. É a hora que o se tira todas as cartas da manda, todas as formas de comunicação são válidas e usadas. A verbal ganha mais malícia, fonemas malemolentes, persuasivos e expressivos – nesse momento, então, que surgiu a mesa de debates. Notamos gafes, acertos e muitas palas. O momento era crucial, a torcida já tava organizada, a área tinha espaço para avançar, mas o telefone aparece como um beque, surpreendendo o ataque. Mas, astutamente, ele fora interceptado, o que ajudou em algo. O jogo avançava, ganhava um viés mais ofensivo. Eis que surgo o terceiro obstáculo: a perna. A comunicação subliminar e fluente foi interrompida pela por uma perna. É, tinha uma perna no meio do caminho. Mais difícil de ultrapassar que o K-2. Mas não demorou e mais um erro fora corrigido. Sugeri que ela fosse abraçada pela imposição da presença: dito e feito. Em segundos o ataque estava perfeito, sem ninguém na linha de impedimento. Nada de pernas, celulares e nem amigos por perto. Era o momento perfeito. Até a tática, que nasce na pré-adolescência, de se espreguiçar e passar a mão ao ombro foi usada. Na mesa redonda, muitas apostas, previsões e comentários. Todos atendidos pelo tempo, inclusive, o zero a zero. No fim, a torcida invadiu o certame, ovacionou, mas mostrou insatisfação. Podemos dizer que, assim como o vasco, saiu do empate com dignidade, e cabeça ergida. Foi prometido gol para a próxima partida. Parece que a má forma está assombrando todos os fenônimos por aí, então, fica aqui um 7. Para não desmotivá-lo e estamos à espera de um golaço.

6 comentários:

  1. haahhahahhaa.. muito bom !! Esse merece 10 só pela diversão e pelo que rendeu de papo pros amigos !!!

    ResponderExcluir
  2. haaha mto bom o post! e viva o vasco! e o seu gol que estar por vir!

    ResponderExcluir
  3. HAIOaIAhaoHA
    Amei!! Me acabei de rir com certas coisas...
    Muuito bom mesmo. \o

    ResponderExcluir
  4. E eu lanço logo: Blazer fora na próxima partida...

    ResponderExcluir
  5. nego fala sem ter assistido o final do segundo tempo!

    ResponderExcluir
  6. Nossa! MUUUITO bom! hahaha
    E não me digam q foi o Blazer q ficou com o fatídico '7'?!
    Ai ai!

    Beeijos!

    ResponderExcluir